segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sobre os fins

Estou sem postar a semanas! Um conjunto de fatores... tempo, inspiração, vontade, enfim. Mas estou de volta!


Passei a semana "matutano" sobre o que eu gostaria de escrever, na verdade, pensando sobre o que eu tenho a necessidade de expressar, pois em cada post percebo que preciso escrever, que isso realmente faz parte de algo que me traz prazer.

Sem perceber comecei a olhar ao redor e perceber algumas coisas sobre os fins, sabe aquele (...) e viveram felizes para sempre... Isso, é isso mesmo! Ou melhor, tem a ver com isso também!


Essa idéia de fim é algo que está incutido no ser humano, desde que nascemos, mesmo que na verdade ninguém está preparado para isso e nem fomos feitos para isso!

A grande maioria das religiões acredita que haja vida após a morte, que existe um lugar para o qual, em uma existência superior, existimos novamente. Eu também acredito nisso. Acredito na Morada Celeste, no céu.


Mas entre o intervalo nascer-morrer existe o que chamamos de VIDA. E a grande pergunta que deve ecoar em nossas mentes não é: Quando vou morrer? Mas sim: O que fazer nesse intervalo?

Desde crianças aprendemos por meio dos desenhos, novelas e filmes que todo drama acaba com um letreiro ao fim "Happy Ending" mas o que nunca nos questionamos é como são feitos os finais felizes. 



Acho que a primeira consideração a ser feita é o que esperamos de um final feliz?? Tem gente que espera uma vida perfeita, mas na verdade que conceito é esse de perfeição? Um conceito 'enlatado' vindo de uma mídia e de idéias consumistas estereotipadas, que esperam que você seja feliz a qualquer custo,  mesmo que isso lhe custe a vida. Prazer a qualquer preço.


Será que as expectativas que temos criado para nossas vidas tem sido realistas e principalmente pautadas em valores que nos apreciem ao invés de depreciar a alegria e a dádiva de existir?


Muitas vezes já me vi buscando um final feliz pras diversas situações da minha vida e garanto a vocês que naquele momento pareceu que tudo aconteceu ao contrário do que eu queria e continuo aqui, talvez se o final que eu quisesse tivesse acontecido a minha vida seria diferente e eu estaria diferente. Talvez mais feliz, talvez menos.


Mas o que me chama atenção é que sempre estamos buscando algo, ou seja, o final feliz não é algo absoluto. 


E porque?? Porque na vida real não acontece como nos contos de fada?? 


É simples... os contos de fada acabam quando a princesa se casa e a nossa vida continua e o principal fator: NÓS MUDAMOS! Cada dia é um dia diferente pra nós, o dia muda e nós mudamos. Nunca esqueço daquela frase de 'Vicky Cristina Barcelona': Não sei o que quero, mas sei exatamente o que não quero' e isso pode mudar.


Nós nunca vamos saber se a Cinderela, Branca de Neve e suas amigas realmente foram felizes pra sempre, se tiveram problemas no casamento, se os filhos deram trabalho na escola, se elas resolveram trabalhar fora e o príncipe não aceitou e virou fera... será, será?? 



O poeta diz que a felicidade não está no caminho e sim no caminhar, na maneira como se anda e não nos fins. Eu acho que quando paramos e acreditamos que chegou o fim a vida perde o sentido, a razão, a força divina que nos impulsiona a continuar, a acreditar que tudo é possível!


A nossa mente é tão pequena diante da grandiosidade de tudo que vemos e principalmente do que não vemos e nós temos a tendência a se fechar na nossa caixinha e perseguir a vida inteira coisas e objetivos, que talvez quando chegarmos ao verdadeiro fim não farão nenhum sentido e teremos a sensação de que não valeu a pena e que nunca tivemos nosso final feliz.


Vamos aproveitar o caminho, as flores e os espinhos que fazem parte dele e o fim com certeza virá e será melhor do que nós, pobres e rélis mortais, idealizamos.


Rubem Alves diz que as religiões são formas de ajuntar os cacos. Então se você está aqui, aproveite esse tempo e faça um mosaico.




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