quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Previsões para 2012

Uma bola de cristal, um baralho de Tarô, mapa astral, runas, borra de café, leitura de mão, vidência, macumba e todos os tipos de trabalhos que pudessem me responder uma simples questão: Como será meu futuro?

Talvez, todos os dias você se pergunte sobre como será o amanhã, mas a cada fim de ano essa pergunta soa quase como um grito.


Quem não quer saber o futuro? Namoro? Casamento? Filhos? Emprego? Família? Carro, casa, cachorro, papagaio e praia? Vida? Morte?

Opa, eu quero!


Mas olhando nesse caleidoscópio, o qual até aqui se mostra nosso futuro, será que sabê-lo vai me trazer que tipo de sentimento? Alegria, amor, felicidade, paz, ódio, tristeza, raiva, rancor, prosperidade, ceticismo, fé ou talvez a sensação de fatalidade. É isso mesmo. A crença de que a vida é um círculo fechado, fatal e que possui apenas um foco. Afinal de contas a única certeza que se tem na vida é a morte e se você e eu sabemos quando ela virá, portanto é só esperar, como? Isso nós já descobrimos. Agora “venha a mim”.

A segurança que acreditamos ter em nossa aparente estabilidade contanto ao futuro está garantida, mas e daí? 

Vejo todo dia na TV e ao meu entorno gente morrendo, nascimentos, desastres e milagres e o que muda na minha e na vida da grande maioria da humanidade? Nada. Nós sabemos que tudo isso acontece e vai continuar acontecendo, mas nos mantemos em nossas vidinhas habituais. 

Aplico a mesma ideia ao futuro. Do que me adianta viver a vida pensando no futuro, sentindo o futuro, planejando o futuro, chorando o futuro, comendo e defecando futuro. A gente sabe que ele vem independente da minha mediocridade e mesmo se por um passe de mágica eu o visse, fatalmente ele viria e será que minha maneira de lidar comigo e com as pessoas mudaria? Duvido.

Hoje em dia é moda ser espiritualizado... meditar, transcender, saudar e seja lá que expressão é possível usar, tudo com o objetivo de mudar atitudes, certo? Errado. A maioria das pessoas busca acalmar a incerteza interna sobre o seu próprio amanhã, essa coisa de saber sobre a humanidade é balela.

Isso prova a minha teoria de que saber o futuro não seria uma grande mudança na vida de ninguém, ou pelo menos da grande maioria. Veríamos pessoas surtadas, tentando aproveitar de tudo ao mesmo tempo, outras se deixando levar e ainda outras sem saber o que fazer com as informações sobre si mesmas. Nós, humanos não conseguimos lidar nem com o presente que vemos, imagina com o futuro que não conhecemos.

As oportunidades de nos construirmos seriam nulas, porque do jeito que somos todos bitolados, viveríamos uma irreal expectativa de momentos e não de uma constante, apesar deles. E não será isso que é ser feliz? Estar feliz apesar dos pesares da vida? Seríamos mais egoístas do que já somos, mais exagerados e dramáticos, mais tudo, inclusive, infelizes.

Eu não sei se você pensa muito ou pouco sobre isso. Com certeza, por mais que eu e você não assumamos, algum tempo é dedicado a isso. Inútil, claro.

O meu futuro quem faz sou eu, as escolhas são minhas e junto com elas todas as conseqüências.  O tempo faz parte, mas o nosso tempo aqui eu não sei e nem quero saber! Prefiro deixar pra quem entende do assunto... Deus, essa parte é com você, e é Ele quem me deixa escolher!

Sentido da vida, tem gente que passa a vida procurando isso ao invés de vivê-la. A cada dia temos a nossa disposição viver, ou não.

Olha, honestamente, eu não sei o que será do meu futuro e muito menos do seu. Na verdade sou obrigada a confessar que nem sei o que vai acontecer no próximo TIC TAC do relógio. Mas em meio as emoções de final de ano e tantos desejos que “2012 seja o melhor ano da sua vida” e todas aquelas coisas que naturalmente desejamos, eu também desejo.

Desejo aprender o que fazer com a minha vida todos os dias, desejo aprender a amar mais as pessoas, a ser menos ansiosa, a pensar menos e fazer mais, a obedecer mais, a desejar de coração sempre, a fazer tudo como se fosse a primeira e a última vez, a ser mais honesta comigo, a dizer sim, a dizer não, a ouvir, a falar, a ser exemplo, a refletir, a agradecer, a orar, a pedir perdão, a ser humilde, a assumir meus erros e acertos, a não reclamar e a simplesmente parar de questionar, valorizar o tempo e tudo aquilo que vem com ele. A vida não é uma prova, o mérito não está em acertar, mas em aprender mesmo assim.

Desejo a mim e a você.

Muitas interrogações, eu sei! Comecei a escrever e depois quando li até me assustei, mas aí me lembrei daquele velho ditado: Não são as respostas que movem o mundo, mas acho que diferentemente do ditado, são as boas perguntas que movem a vida e na maioria das vezes a falta de fala e a sobra de ações.



sábado, 24 de dezembro de 2011

Em alguns momentos

Véspera de Natal e todo mundo anda por aí exalando sua "Natalice", mas não, não, não vou escrever sobre a data. Não que ela não mereça ou não seja digna disso. Pelo contrário. Mas confesso, não sou mais uma daquelas que quando chega o Natal entra num clima super e vira Mamãe Noel. Gosto e comemoro a data, mas penso de outra forma. Quem sabe ainda escrevo sobre isso.

Em alguns momentos da vida, simplesmente a gente começa a enxergar algumas coisas, cegar outras ou ainda conseguir ler outras, mas o interessante disso é perceber como a gente chega nesse ponto e ver que se o Pokemón evolui, você também pode e ainda perceber que em muitas coisas você ainda pode sentir-se como uma criança, adolescente ou uma velha, coisa que ainda não sou, mas as vezes, acontece. Você ainda é capaz de sentir coisas as quais não aguardava mais ou nem sabia mais exatamente como era.

E isso não é nostalgia não!

É apenas descobrir coisas novas sobre si.

Em alguns momentos a gente se pega pensando, sonhando, falando baixo, assustando e assustada e principalmente deslumbrada.

Em alguns momentos a gente percebe que muitas situações você consegue não apenas saber o que quer, mas o que não quer também e principalmente: você consegue fazer ou não, dizer ou não, sentir ou não, ir ou não, gostar ou não, experimentar ou não, comer ou não, olhar ou não, independente dos outros e das situações, honestamente você sabe. Não como apenas uma sentimento, mas como um pensamento peneirado pela razão, você já entendeu que aquilo ou aquela pessoa te faz muito bem ou muito mal e não insiste mais ou se entrega de vez.

De certa forma, parece um tanto confuso, mas sei que alguns entendem o que digo.

Na vida e em alguns momentos a gente precisa entender e saber quais os temperos necessários para aquele momento, como aquela determinada foto precisa ser tirada e em outros a gente precisa entender que não vai adiantar, apenas aconteceu... e vai continuar acontecendo, sem que você controle isso.

Ficar visualizando a vida antes que ela aconteça? 

Eu faço isso demais! Mas em alguns momentos eu preciso parar. Quem muito vê, pouco faz. Não que essa análise das coisas não seja útil ou necessária, mas as vezes olhar as coisas "de fora" não resolve, ou melhor: não me deixa feliz. Eu quero ver de dentro, quero sentir.

Em alguns momentos a singeleza dos momentos são mais bonitas, elegantes, importantes, excitantes e belas do que qualquer grande acontecimento no mundo. Talvez porque grandes momentos já trazem intrínsecos a si um invólucro de cores e formas definidos, enquanto pequenas coisas nos trazem uma oportunidade sem limite de dar o nosso sentido, cor e forma, cheiro, sabor. 

Em alguns momentos a gente se mostra bom, outros, mau, bonito e feito, eu e você, máscaras? Em outros, se pudesse nem nos mostraríamos, tamanha a falta do que mostrar, ou o excesso disso. Utilizando a filosofia caminhante pelas redes sociais "cada um tem de mim o que merece", no fundo, ainda acrescentaria "cada um tem de mim o que merece e o que naquele momento sou capaz de ser e oferecer".

Em alguns momentos a capacidade de doar-se parece não caber dentro de si, vaza a cristalidade dos olhos, como diria o poeta e quem sabe essa capacidade não seja o real sentido de ser humano, quem se fecha demais vira pedra, daquelas duras, escuras, sem forma.

Diamantes, facetas, brilho, lapidação, tesouro, brilho, escavação, garimpo, construção, reforma, demolição.

Em alguns momentos somos cada uma dessas palavras, todas elas juntas, num terremoto de humanidade, que por vezes nos atinge. E como é bom ser humano, por mais perplexo que seja, é bom ser quem somos e saber que a gente pode ser outro e outro e outro, tudo depende do momento e que cada mudança é peculiar ao nosso estado. Umas são para agora, outras não e ainda algumas podem ser para sempre.



Em algum momento, talvez, eu pense tudo diferente.