sábado, 24 de dezembro de 2011

Em alguns momentos

Véspera de Natal e todo mundo anda por aí exalando sua "Natalice", mas não, não, não vou escrever sobre a data. Não que ela não mereça ou não seja digna disso. Pelo contrário. Mas confesso, não sou mais uma daquelas que quando chega o Natal entra num clima super e vira Mamãe Noel. Gosto e comemoro a data, mas penso de outra forma. Quem sabe ainda escrevo sobre isso.

Em alguns momentos da vida, simplesmente a gente começa a enxergar algumas coisas, cegar outras ou ainda conseguir ler outras, mas o interessante disso é perceber como a gente chega nesse ponto e ver que se o Pokemón evolui, você também pode e ainda perceber que em muitas coisas você ainda pode sentir-se como uma criança, adolescente ou uma velha, coisa que ainda não sou, mas as vezes, acontece. Você ainda é capaz de sentir coisas as quais não aguardava mais ou nem sabia mais exatamente como era.

E isso não é nostalgia não!

É apenas descobrir coisas novas sobre si.

Em alguns momentos a gente se pega pensando, sonhando, falando baixo, assustando e assustada e principalmente deslumbrada.

Em alguns momentos a gente percebe que muitas situações você consegue não apenas saber o que quer, mas o que não quer também e principalmente: você consegue fazer ou não, dizer ou não, sentir ou não, ir ou não, gostar ou não, experimentar ou não, comer ou não, olhar ou não, independente dos outros e das situações, honestamente você sabe. Não como apenas uma sentimento, mas como um pensamento peneirado pela razão, você já entendeu que aquilo ou aquela pessoa te faz muito bem ou muito mal e não insiste mais ou se entrega de vez.

De certa forma, parece um tanto confuso, mas sei que alguns entendem o que digo.

Na vida e em alguns momentos a gente precisa entender e saber quais os temperos necessários para aquele momento, como aquela determinada foto precisa ser tirada e em outros a gente precisa entender que não vai adiantar, apenas aconteceu... e vai continuar acontecendo, sem que você controle isso.

Ficar visualizando a vida antes que ela aconteça? 

Eu faço isso demais! Mas em alguns momentos eu preciso parar. Quem muito vê, pouco faz. Não que essa análise das coisas não seja útil ou necessária, mas as vezes olhar as coisas "de fora" não resolve, ou melhor: não me deixa feliz. Eu quero ver de dentro, quero sentir.

Em alguns momentos a singeleza dos momentos são mais bonitas, elegantes, importantes, excitantes e belas do que qualquer grande acontecimento no mundo. Talvez porque grandes momentos já trazem intrínsecos a si um invólucro de cores e formas definidos, enquanto pequenas coisas nos trazem uma oportunidade sem limite de dar o nosso sentido, cor e forma, cheiro, sabor. 

Em alguns momentos a gente se mostra bom, outros, mau, bonito e feito, eu e você, máscaras? Em outros, se pudesse nem nos mostraríamos, tamanha a falta do que mostrar, ou o excesso disso. Utilizando a filosofia caminhante pelas redes sociais "cada um tem de mim o que merece", no fundo, ainda acrescentaria "cada um tem de mim o que merece e o que naquele momento sou capaz de ser e oferecer".

Em alguns momentos a capacidade de doar-se parece não caber dentro de si, vaza a cristalidade dos olhos, como diria o poeta e quem sabe essa capacidade não seja o real sentido de ser humano, quem se fecha demais vira pedra, daquelas duras, escuras, sem forma.

Diamantes, facetas, brilho, lapidação, tesouro, brilho, escavação, garimpo, construção, reforma, demolição.

Em alguns momentos somos cada uma dessas palavras, todas elas juntas, num terremoto de humanidade, que por vezes nos atinge. E como é bom ser humano, por mais perplexo que seja, é bom ser quem somos e saber que a gente pode ser outro e outro e outro, tudo depende do momento e que cada mudança é peculiar ao nosso estado. Umas são para agora, outras não e ainda algumas podem ser para sempre.



Em algum momento, talvez, eu pense tudo diferente.




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