É realmente muito louco ficar em frente a TV querendo matar a vilã ou o vilão da novela ou do filme. Desenvolvemos um ódio tremendo por esses personagens., ou não.
Quem esqueceu Nazaré Tedesco (relembrada muito bem pela personagem da Christiane Torloni, essa semana em "Fina Estampa"), ou Laura Prudente da Costa, a Cachorra de "Celebridades", e por aí vai.... Sem contar os vilões dos filmes, seriados, desenhos e etc...
Confesso, que em vários casos, tenho vocação a torcer pelos vilões. Mocinho as vezes irrita!
Quer um exemplo?
Se você acompanhou a novela "Paraíso Tropical" ou "Cordel Encantado" sabe do que eu estou falando... que bonzinhos mais chatos! Perfeição demais cansa as vezes, choração e melodrama estressa. Minha vontade era pegar a gêmea boa e dar cabo dela e a Açucena então.... vamos queimar a flor! Eu gostava da Úrsula!
Tenho tendência a simpatizar com vilões que demonstram outros sentimentos e mocinhos também. Gente que pode ser odiar, mas também amar. Isso pra mim é humano.
A essa altura da leitura você pode estar se questionando sobre a minha opinião dos fatos, ou melhor, se perguntando: onde essa leitura me levará???
Sem grandes pretensões, na verdade, nos deparamos quase sempre com o protagonismo ou antagonismo, o bem ou mal, pra sempre ou agora, pra você ou pra mim e vários outros antônimos e expressões linguísticas que buscam expressar maneiras, personalidades ou estados.
Nascemos bichos, instintivos, sem habilidades sociais ou vínculos morais e passamos a vida aprendendo e construindo tudo isso. E uma das grandes facetas da vida humana é essa: aprender. Ninguém nasce sabendo, mas de acordo com as experiências vamos nos construindo, reconstruindo, quebrando, batendo soldando e andando em meio a estereótipos e criando o nosso.
Quando vejo os vilões e os mocinhos, fica fácil acreditar que todo mundo é um ou outro. Algo definitivo ou não. Mas na verdade convivemos numa vida de "ou" e "e". Somos muita coisa.
De acordo com nossa vivência vamos de certa forma abstraindo padrões, valores, moral e ética e aplicando em diversas situações, aí entra o relativo e na verdade a compreensão que somos vários em um só.
Temos dentro de si um mundo a parte. Repleto de coisas boas e aceitáveis e de coisas ruins e repugnantes.
Existem pessoas que passam a vida tentando ser alguma coisa, sem se ater realmente ao fato de quem são e que isso não é alguma coisa a ser debatida, contestada e sim vivida. Gente que passa a vida mostrando a cara "bruxa ou feiticeiro", desejando ser Branca de Neve, e gente que passa a vida princesa e príncipe, mas quer ser demônio. Capas que cada um cria para se proteger.
Somos o que fazemos. Rotina. Dia. Corriqueiro ou não. Idealismo não resolve os seus e nem os problemas do mundo.
É estranho pensar que existem pessoas que passam a vida sendo antagonistas de sua própria vida. Lutando contra si e não como numa luta constante entre "bem e mal", mas apenas mascarando uma natureza que impede uma real mudança, uma evolução, a protagonização.
De vilão e mocinho todo mundo tem um pouco, mesmo que você, ou eu, não assuma um ou outro lado...
Existe uma linha tênue dentro de cada um de nós e ela se expõe quando decidimos. A decisão é que faz de nós alguém, até o fato de não tomá-las nos expõe automaticamente a uma maneira de ser e viver.
Errar??? É humano. Essa cada um de nós já escutou um zilhão de vezes, mas, pode acreditar: é verdade.
A grande sacada é perceber que apesar de toda a relativização das coisas: ética e moral vale pra todo mundo e que pensamentos ruins e coisas horríveis passarão por e em você, milhares de vezes você fará coisas das quais se arrependerá e que muitas outras vão doer em você e em pessoas que ama ( ou não!), mas existe sempre a possibilidade da reflexão, da mudança, do retorno, afinal de contas você não é um eterno mocinho, nem vilão.
Não há como fugir de alguns estereótipos, eles são muitas vezes arquétipos, e portanto imitações de algo ideal, mas se for pra ser assim, pelo menos que seja do seu jeito, do meu jeito, sem capas, mas sim reais mudanças e evoluções pra gente mais de carne e não que anda em cima de pedestais e tenta mostrar ao mundo o que não é, que assume posturas das quais não acredita e que vive infeliz, tendo momentos de prazer, mas acordam pela manhã e apenas veem o lixo que sobrou da festa e aquele acumulado, suas próprias mazelas e o quanto nada mudou e nessa hora muitos mocinhos e mocinhas se tornam grandes vilões pra si e pra outros.
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